Já passou um ano, um ano desde que estava aqui, camuflada pelo ecran do meu computador a escrever e descrever como me sentia... na verdade a minha realidade era, e infelizmente continua a ser a realidade de muitas pessoas pelo mundo fora que, não tendo a força necessária para gritar as suas magoas e seguir em frente, seguem o caminho do blog, numa esperança vã de desabafar com quem não se sabe ao certo, que essa pessoa nos entenda. na verdade eu mesma não tive e continuo a não ter essa força para gritar as minhas magoas, os meus fracassos, os meus medos, as minhas derrotas, as minhas frustrações. mas o tempo não esperou por mim, não deu espaço nem oportunidade para que eu ganhasse essa força e colocou-me novos desafios, desafios um tanto ou quanto perigosos quando se tem uma auto-estima a baixo de zero e uma escuridão imensa na alma resultante de tanta dor que se tenta ocultar...
mas mesmo assim arrisquei aceitar, abri uma nova pagina do meu diário, uma pagina na qual depositei a ultima gota de esperança que me restava, tentando salvaguarda-la como se da ultima gota de orvalho da primeira manha de primavera se tratasse, para de certo modo ter algo a que me agarrar caso fracassa-se outra vez, caso não pudesse ou não conseguisse ir em frente.
Neste ultimo ano aconteceu tanta coisa... senti-me em baixo, muito em baixo, posteriormente decidi a não abrir mais o meu pequeno cofre não mostrando a mais ninguém o que sentia no meu intimo, descobri que afinal não estava completamente sozinha, apaixonei-me. chorei, sorri, senti-me sozinha, senti-me a sufocar, tive vontade de morrer, acordei no outro dia a cantar e com vontade de viver, brinquei, gritei, zanguei-me... no fundo vivi...
deixei de procurar incessantemente a felicidade para não perder tempo numa busca sem resultados e foi então que consegui entender o sentido da felicidade, foi ai que descobri que afinal sou feliz.
Amanha ate posso estar a dizer que estou deprimida, que quero ser feliz e que não encontro a luz, mas a verdade é que sentir-me-ei assim um dia, dois, três, um mês, mas sei que algures nos caminhos sinuosos por onde a vida me leva eu serei feliz. A felicidade é algo momentâneo, essa é a verdade... E a verdade è que todos nos somos felizes.