sábado, 14 de agosto de 2010

O desespero toca à porta...


Cheguei aquele momento a que não queria chegar, ao momento que me deixa desnorteada, sem armas, indefesa...

Estou desesperada, silenciosamente desesperada...

Este desespero surge de dentro de mim de forma silenciosa, dissimulada, envolto em sorrisos e em "ta tudo bem's" para ninguém entender ao certo o que se passa.

Ainda só passaram semanas desde que estou sem nada para fazer, sem trabalho, e mesmo assim já dou com a cabeça nas pareces e desespero... É tão desconfortável não termos a nossa independência.

Já não posso ver as contas para pagar, as paredes que me envolvem... por vezes ate as pessoas.

Já não sei o que fazer, nem as simples tarefas domesticas conseguem dar um simples ar de normalidade ou utilidade a minha existência actual... O que antes me dava prazer agora irrita-me, o que antes me distraia agora deixa-me entediada e revoltada com o mundo... Como é possível a nossa vida mudar tão drasticamente em apenas semanas?

Nunca pensei muito em como seria este momento, se pensei nunca o imaginei tão duro e doloroso...

Quando o desespero bate a porta fico tão inutilizada, tão perdida, tão vulnerável... Tudo me parece mau, só me apetece desaparecer para bem longe, só me apetece gritar com as pessoas a minha volta e pedir para que me deixem em paz, para que me deixe,m sozinha com o silencio que me envolve neste quarto escuro que não é o meu...

Sinto-me uma inútil... Sinto-me desprotegida... Deixada à deriva.... Abandonada...

Neste momento... O desespero toca à porta...