segunda-feira, 12 de maio de 2008

Mar de dor


Dos meus olhos estão neste momento a sair as lágrimas que durante algum tempo tentei segurar, mais uma vez olho para o espelho e não gosto de mim...

ODEIO_ME.... odeio tudo em mim.... sei que sou feia, que sou gorda e isso faz de mim um monstro... todos os dias desejo ser um pouco melhor e cada dia que passa sou um pouco pior...

A solidão é a minha maior aliada nesta morte psicológica, nesta tortura que todos os dias pratico em mim mesma... apetece-me fugir... desaparecer e deixar tudo para trás... nada aqui faz sentido, nada me fascina, tudo me ajuda a auto- flagelar-me... tudo me faz perder o sorriso, tudo me faz perder a alegria, tudo me faz cair num buraco de solidão e desespero... estou desiludida, não sei onde ir buscar força para prosseguir a vida desinteressante e desmotivadora que todos os dias me assalta... é horrível sentirmos que somos as pessoas mais feias do mundo, que os outros se afastam de nós porque simplesmente não gostam de nós, é horrível estar interessada em alguém e ser trocada por uma amiga só porque ela tem um bom corpo...

Doí tanto não ter ninguém com quem partilhar os bons momentos, ninguém com quem chorar os maus momentos... Só queria poder morrer por uns meses, e depois ressuscitar e olhar o mundo com novidade...

Apetecia-me andar a deriva. Olho o mar e peço para que ele me leve... para que me leve para um sitio onde as pessoas não digam o que não sentem, onde não haja a falsidade que nesta semana tanto me tem magoado... sinto-me revoltada, as vezes apenas queria ser um mero pássaro para poder voar livremente...

Odeio-me, e esse ódio que me domina faz de mim a má pessoa que sou, a pessoa horrenda que todos os dias se passeia na rua como se fosse um anjo... No fundo essa má pessoa é só parte de mim, a parte que todos os dias luta contra a parte boa e faz com que a pessoa meiga que já fui desapareça e domine invariavelmente o lado negro do meu ser...

Todos o dias me olho no espelho e digo: quem és tu? porque não e deixas em paz?

É como se diariamente a minha parte boa se suicidasse em detrimento da má, da que me faz fustigar a mente, a alma que aos poucos morre mais e mais numa imensidão de dor...

Como se todos os santos dias fizesse uma viagem interminável ao inferno, ao reino das trevas e das dores permanentes...

Ate quando? ate quando vou continuar a confiar nas pessoas e na vida para no dia seguinte me desiludir? ate quando vou ser a que ouve mas tem de esconder o que sente permanecendo na angustia e solidão?

Olho mais uma vez o mar, desta vez com o luar a reflectir nele e mais um vez peço para ele, o mar, me levar... para fazer com que me perca nas suas águas e esqueça este mar de martírio...
Mais um vez me pergunto, ate quando? quando vai ser o dia em que poderei escrever neste blog a minha felicidade extrema, sem fantasmas nem medos, sem dores nem magoas a fustigarem a minha alma....? Quando?

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