sábado, 14 de agosto de 2010

O desespero toca à porta...


Cheguei aquele momento a que não queria chegar, ao momento que me deixa desnorteada, sem armas, indefesa...

Estou desesperada, silenciosamente desesperada...

Este desespero surge de dentro de mim de forma silenciosa, dissimulada, envolto em sorrisos e em "ta tudo bem's" para ninguém entender ao certo o que se passa.

Ainda só passaram semanas desde que estou sem nada para fazer, sem trabalho, e mesmo assim já dou com a cabeça nas pareces e desespero... É tão desconfortável não termos a nossa independência.

Já não posso ver as contas para pagar, as paredes que me envolvem... por vezes ate as pessoas.

Já não sei o que fazer, nem as simples tarefas domesticas conseguem dar um simples ar de normalidade ou utilidade a minha existência actual... O que antes me dava prazer agora irrita-me, o que antes me distraia agora deixa-me entediada e revoltada com o mundo... Como é possível a nossa vida mudar tão drasticamente em apenas semanas?

Nunca pensei muito em como seria este momento, se pensei nunca o imaginei tão duro e doloroso...

Quando o desespero bate a porta fico tão inutilizada, tão perdida, tão vulnerável... Tudo me parece mau, só me apetece desaparecer para bem longe, só me apetece gritar com as pessoas a minha volta e pedir para que me deixem em paz, para que me deixe,m sozinha com o silencio que me envolve neste quarto escuro que não é o meu...

Sinto-me uma inútil... Sinto-me desprotegida... Deixada à deriva.... Abandonada...

Neste momento... O desespero toca à porta...

domingo, 16 de maio de 2010

Assim como posso ser feliz?


Meu amor, para ti é-te impossível entender o aperto que tenho no meu peito, a dor que me afoga em sangue que o meu coração chorou, talvez não consigas porque também não fazes o mínimo esforço para tentar.
Os meus olhos continuam enevoados, com uma tentativa frustrada de não chorar, de não demonstrar a minha fraqueza... mas não posso mais. Não sei o que deva pensar, nem tão pouco o que pensar de ti e das tuas atitudes... pensava que lutávamos juntos, que fazíamos parte da mesma equipa e afinal, afinal vejo-te a puxar a corda para o lado oposto.
Cansei-me, sinceramente cansei-me. fiquei cansada de tentar andar em frente e tropeçar constantemente no passado. cansei-me de ter de me calar a cada sussurro vindo de trás impedindo o caminho, fazendo-me interromper a minha jornada, o meu destino.
E agora diz-me, assim como posso ser feliz? como posso ser feliz se cada vez mais se instala na minha mente que não passo de uma segunda opção? como posso ser feliz se tu continuas no teu passado e finges-te interessado no nosso futuro? como consigo conciliar o que és com o que foste, tentando entender como vais ser a cada momento?
Turvam-se-me os olhos, tremem-me os dedos, a voz esta entre cortada e doí-me cada vez mais a alma... Sorrir para disfarçar o meu interior negro passou a ser a minha especialidade, como se tratasse de uma mascara nojenta que em cada minuto eu quero, mas não posso, tirar...
Assim, assim como posso ser feliz? como queres que sorria se por dentro o meu coração sangra, como queres que sorria se na minha garganta esta um no na eminencia de soltar num rio incessante as lágrimas que prendo no meu olhar...
Como queres que esqueça as mentiras que se aproximam de uma
traição, de uma faca enterrada nas minhas costas enquanto eu represento o teatro do estar feliz?
Assim, assim como posso ser feliz?

domingo, 2 de maio de 2010

Sinto um não sei bem o que...


Sinto em mim algo de estranho, como se fosse um vazio, uma angustia, um pouco de ansiedade auto- destruidora... Sinto em mim um não sei o que que me faz revoltar-me contra o mundo que me rodeia, contra a vida em si... Pela primeira vez em muito tempo retomei o negro pensamento que tantas coisas mas contra mim mesma me levou a cometer em tempos que já la vão... hoje, pela primeira vez em muito tempo pus em causa o valor da minha vida, o sentido da mesma... O que tenho? O que sou? O que vou ter?
Não sei, nada sei, e o não saber remete-me para um desequilíbrio incomodativo, para um querer estar só mas acompanhada, para uma prisão de sentimentos, pensamentos e emoções baralhadas e extremamente perturbadoras dentro de mim... sinto-me a ficar de novo aprisionada dentro deste mundo estranho e só em que vivo, sinto de novo uma vontade de acabar com tudo, de desistir...
Hoje pensei em desistir... Quem sou?-pensei eu,- Que significado tem os meus sentimentos, as minhas angustias, os meus medos, os meus sonhos, os meus pensamentos, os meus actos, a minha vida?...
É quase como andar em círculos e a cada volta perder um pouco mais de energia, é quase como correr para alcançar uma meta fictícia, como tentar atravessar uma ponte que de repente nos é roubada, friamente retirada do seu local habitual para destabilizar e boicotar o nosso trajecto...
Muitas vezes pensei que nada me prende, nada me demove, eu sou forte e consigo seguir em frente, mas não, não consigo... talvez esteja demasiado cansada e necessite apenas de pernoitar a beira do rio que alguém descreveu como sendo a vida para recarregar baterias, ou talvez não aguente já o peso da armadura que em tantas batalhas me protege. Talvez esteja ferida e a necessitar de tratamento, ou somente desanimada e a precisar de alento... Talvez o negro que vejo no fundo do túnel seja apenas a madrugada, uma espécie de antemanhã que dará lugar ao amanhecer... mas ate lá eu sinto isto, sinto um não sei bem o quê...

quinta-feira, 4 de março de 2010

Meu amor...


Meu amor,

sei que provavelmente nunca iras ler esta mensagem, provavelmente achas este blog um hobbie estúpido e sem significado, mas não é, este blog e a única forma de me exprimir de forma completa, sem medos ou mentiras, sem mascaras...

Mas isso agora não interessa...

Meu amor, se soubesses como te amo, como daria a minha vida por ti sem hesitar... Meu amor, se soubesses como sonho com um futuro a teu lado...

Por vezes, à noite, quando acordo, fico a contemplar os traços do teu rosto, penso no como enfrentar o mundo se torna tão mais fácil, quase uma brincadeira de crianças, quando estas a meu lado, e ai, ai surge este medo horrível que carrego comigo desde o dia em que te vi, o medo de te perder...

Meu amor, sei que não me entendes, provavelmente também não iras entender mesmo que te explique, mas nada na minha vida faz sentido sem ti... só estou bem perto de ti meu amor... mas infelizmente hoje sei o que é estar perto mas cada vez mais longe em simultâneo... meu amor, hoje sei o que é ter-te a meu lado mas só tenuemente... apesar de estarmos debaixo do mesmo tecto somos quase dois desconhecidos, vivemos vidas separadas, unidas apenas por uma ténue linha, tão ténue que tenho medo que um dia se quebre definitivamente...

meu amor, onde estas quando mais preciso de ti? onde estas quando choro incessantemente? onde estas quando preciso do teu abraço?

meu amor, onde estas quando perco as forças e demonstro fraqueza e cansaço? meu amor, onde estas agora?

A tua presença carregada de ausência é monstruosa, a tua indiferença seria mais facilmente suportada...

Meu amor, onde estão os olhos apaixonados com que me olhavas? onde estão os teus beijos carregados de paixão?

meu amor, onde esta o teu desejo de ser feliz comigo?

meu amor, onde estas tu?

estas são meras palavras, palavras ditas para um teclado, para um ecran... estas são as palavras que não te digo, também não sei porquê, mas são as palavras que não te digo... estas são as palavras que me pairam na alma quando me levanto e estas a dormir, quando saio e estas a dormir, quando chego e já não estas, quando me deito e não estas... estas são as palavras que me invadem quando as nossas conversas acabam com um "tou bem" ou com um "ok".

meu amor, se soubesses como estou magoada e ferida, se soubesses como estou sozinha...

meu amor, se soubesses quanto te amo... onde estas meu amor???

turbilhão


Há muito que não escrevo, pelo menos aqui... nem sei se terei a mesma forma de escrever, o mesmo à vontade para partilhar com o mundo o que me vai na alma...

tenho imensos motivos para sorrir e ficar feliz, mas outros tantos para chorar e ficar triste...

não sei nem por quais começar...

reencontrei uma amiga de infância, alguém que já não via pelo menos há oito anos, fiquei imensamente feliz, não sei se é caso para tanto mas fiquei felicíssima. soube também que alguém que soube na primeira pessoa o que e sentir as coisas que sinto, a minha semelhança, também encontrou alguém na sua vida, no seu caminho e hoje esta feliz, fiquei imensamente contente por essa pessoa. curiosamente, eu que não acreditava na expressão "fico feliz por ti" fiquei extremamente feliz por alguém...

contudo nem tudo o que sinto são alegrias, nem tudo o que penso são coisas bonitas, nem todos os meus sonhos são cor de rosa.

sinto-me sozinha, mesmo estando todos os dias rodeada de um grande numero de pessoas. sinto-me abandonada... cheguei aos 20 anos e ao olhar para trás sinto-me vazia. Não tenho amigos, não tenho nada por que lutar, não tenho com quem partilhar o facto de estar triste ou contente, quer dizer, pelo menos ninguém que me entenda e que ouvir-me. por vezes a melhor solução não é evitar um assunto com outro...

Sinto-me de certa forma frustrada, quero seguir em frente mas o cansaço não me deixa, não me sinto com forças nem reúno as condições necessárias para isso. sinto-me a estagnar, sinto-me a cair, a ficar para trás... e como se estivesse presa na areia movediça e quanta mais força faço para sair mais rapidamente fico presa e vou ao fundo.

não sei que direcção tomar, nem sei se quero tomar. por vezes sinto-me um gatinho assustado, apetece-me ficar apenas assim, sozinha, sem o mundo a minha volta... mas o mundo não vai embora, envolve-me de forma asfixiante e não me deixa em paz...

paz, quero paz, paz de alma, poder dizer o que sinto claramente, saber o porque as vezes fico triste sem motivos, saber o porque não gosto de certas coisas...

o que sinto é um turbilhão, um turbilhão revolto e escuro... ai o que eu gostava que fosse um caleidoscópio, mas não, e um turbilhão... e um turbilhão de emoções, de sensações, de sentimentos... é um turbilhão, um negro turbilhão...