Sinto em mim algo de estranho, como se fosse um vazio, uma angustia, um pouco de ansiedade auto- destruidora... Sinto em mim um não sei o que que me faz revoltar-me contra o mundo que me rodeia, contra a vida em si... Pela primeira vez em muito tempo retomei o negro pensamento que tantas coisas mas contra mim mesma me levou a cometer em tempos que já la vão... hoje, pela primeira vez em muito tempo pus em causa o valor da minha vida, o sentido da mesma... O que tenho? O que sou? O que vou ter?
Não sei, nada sei, e o não saber remete-me para um desequilíbrio incomodativo, para um querer estar só mas acompanhada, para uma prisão de sentimentos, pensamentos e emoções baralhadas e extremamente perturbadoras dentro de mim... sinto-me a ficar de novo aprisionada dentro deste mundo estranho e só em que vivo, sinto de novo uma vontade de acabar com tudo, de desistir...
Hoje pensei em desistir... Quem sou?-pensei eu,- Que significado tem os meus sentimentos, as minhas angustias, os meus medos, os meus sonhos, os meus pensamentos, os meus actos, a minha vida?...
É quase como andar em círculos e a cada volta perder um pouco mais de energia, é quase como correr para alcançar uma meta fictícia, como tentar atravessar uma ponte que de repente nos é roubada, friamente retirada do seu local habitual para destabilizar e boicotar o nosso trajecto...
Muitas vezes pensei que nada me prende, nada me demove, eu sou forte e consigo seguir em frente, mas não, não consigo... talvez esteja demasiado cansada e necessite apenas de pernoitar a beira do rio que alguém descreveu como sendo a vida para recarregar baterias, ou talvez não aguente já o peso da armadura que em tantas batalhas me protege. Talvez esteja ferida e a necessitar de tratamento, ou somente desanimada e a precisar de alento... Talvez o negro que vejo no fundo do túnel seja apenas a madrugada, uma espécie de antemanhã que dará lugar ao amanhecer... mas ate lá eu sinto isto, sinto um não sei bem o quê...
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