quarta-feira, 23 de julho de 2008

(quase) 19 anos... quem sou?


fFaltam tão poucos dias para fazer 19 anos e sinto-me uma falhada... uma reles pessoa que não tem significado, que não sabe quem é, que não tem o mínimo interesse em nada de nada...

e triste chegar a determinada altura e ver que não temos nada... sei que provavelmente quem me lê, isto se alguém me lê, vai pensar: "és tão nova e já a pensar estas coisas... tens tanto tempo pela frente...". eu sei e dou-vos razão, sinceramente dou... mas a verdade e que deixei de ter gosto por tudo o que me rodeia... chego aos 19 anos sem nada... sem amigos, sem família, sem algo que me deixe verdadeiramente excitada, apaixonada, feliz... chego aos 19 anos e ao olhar para trás não vejo nada de verdadeiramente significante... não fui propriamente feliz na minha infância, não gosto propriamente da minha adolescência... não sei se algum dia serei quem sonho ser... não sei se realizarei algum dia os meus sonhos... talvez seja essa a minha cruz... talvez tu, sim tu Guilherme, tenhas razão, não passo de uma pessoa vulgar que só fica deprimida por pensar mil vezes por dia no que não deve... talvez devesse ser como tu mas por muita pena minha eu tenho imperfeições, eu não me julgo Deus e não consigo ser tão fútil ao ponto de pensar que é a marca de roupa, de langerie, do carro, o restaurante preferido ou o bar onde pára para beber um copo que define uma pessoa... sim eu acredito no que não vejo, aquilo que não sei se tu tens: sentimentos e qualidades/ defeitos.

talvez sejas tu que tenhas razão, mas e ai que residem as nossas diferenças... mas para que falar de ti???

hoje sou eu que interesso, hoje sou eu que me sinto uma merda, e sinto-o porque tu ainda estas na minha vida, porque não sei como continuar a viver assim, não sei se consigo continuar a viver sem saber quem realmente sou, sem me sentir importante e boa em alguma coisa...

perco-me nesta melancolia que não sei explicar, nunca fui propriamente boa a conhecer-me e traduzir por palavras o que sinto...

sempre fui a fraca que precisa do abraço forte de alguém, a atenção constante de alguém que realmente se preocupe, que precisa que lhe digam que esta tudo bem... sempre fui aquela pessoa que tem medo da solidão, medo de acabar sozinha...

e por tudo isto chego aos 19 anos daqui a uns dias e não sinto o mais pequeno animo nisso, não me orgulho de mim, não encontro um significado para a minha vida... por isso chego aos 19 anos e continuo a sentir-me merda... a não me conhecer, a ficar sozinha, a ser aquela que fica no canto bem escondida... perdi-me , despedi-me do mundo para viver neste mundo melancólico e escuro que e o meu...

sábado, 12 de julho de 2008

caminhar a beira mar


hoje decidi arrancar esta capa que me tem coberto o rosto, a mente, a vida... sei que não será fácil deixar para trás todo um passado e começar do zero, mas as vezes é necessário.

fui ate a praia... o tempo estava estranho mas não me importei, não ia com o intuito de apanhar banhos de sol mas sim de estar sozinha e reflectir... necessitava de colocar um ponto final na vida de loucura que tenho levado ultimamente, precisava de afastar os fantasmas que me perseguem e maltratam...

olhei o mar vezes sem conta, caminhei de um lado para o outro durante duas longas horas, pensei, sofri, sentei-me, levantei-me... decidi erguer-me não só ali mas também na minha vida, decidi não voltar a cair nas garras da fraqueza que me tem caracterizado... procurei o porque das minhas atitudes, procurei saber o que me magoava sem eu saber como se se tratasse de uma pequena pedra no sapato que não conseguimos detectar...

senti-me tão bem naquela praia... e como se o mar me renovasse a alma...

por momentos esqueci tudo... esqueci a ressaca que me acompanha, esqueci os motivos que me levaram a agir impensadamente, esqueci-me o porque de estar ali... olhei apenas o mar...

as minhas mãos estavam enterradas na areia, como se através delas eu enterrasse também as mas memorias e recordações, os maus momentos, as dores, os ódios... como se através delas eu enterrasse também o passado, me enterrasse a mim, a pessoa que fui em tempos, te enterrasse a ti, a nos!!! em simultâneo as minhas mãos tentavam simbolicamente descobrir um novo "eu", uma nova maneira de estar, de viver... e como se esta pele saísse e ficasse outra totalmente igual mas totalmente diferente...

e ali estava eu... sozinha no meio de uma imensa multidão, perdida na praia que tão bem conheço, longe de tudo. longe do mundo, longe de mim mesma...

ficou gravada esta tarde na minha memória, gravada como um começo e um fim, como uma morte e um nascimento simultâneo...

ficou o desejo de repetir, sentir o quão doce a solidão as vezes consegue ser quando não a encaramos como uma coisa ma mas sim como algo necessário de vez em quando para meter as ideias em ordem...

não me cansei de caminhar, não me cansei de sentir a areia nos meus pés, a agua a molhar-me as calças... não me cansei de respirar aquele ar salgado, não me cansei de olhar o azul do mar... nem o vento cortante me cansou e fez parar...

por vezes, quando sentimos necessidade de nos encontrarmos connosco mesmos, caminhar a beira mar pode ser uma terapia...

senti-me distante de mim mas perto do mar, senti a minha alma nua, a perder uma capa que fazia de mim aquilo que tenho sido... simultaneamente senti-me leve, tal anjo que paira nos céus ao cair da noite... foi um simples passeio a beira mar, um mero ponto de viragem, um mero momento... um momento para pensar...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

quando deixa de fazer sentido

Cansei-me de esperar... sempre soube que não eras um principe mas soube viver com os teus defeitos, ainda assim deixaste-me para trás e seguiste o teu rumo... para que? para que tanto engano? para que magoar alguém?depois de ti apenas ficou o escuro, o cheiro da ferida aberta no meu peito, as memorias absurdas do teu sorriso...desisti de lutar e passei a viver uma vida de ilusão, uma ilusão estúpida na qual ainda tinha esperança de te ter... depois, quando vi que isso só me deixava mais deprimida veio a vida sem sentido que vivo agora, as noitadas, os dias de "ir beber um copo" e beber 10, as noites de ir para a discoteca e sair de la aos "ss".deixei de saber o que e ser amada por alguém, baixei a minha auto-estima, deixei de ser meiga e passei a afastar todos os que queriam gostar de mim...hoje não vejo luz, porque a luz que havia tu levas-te para bem longe... hoje insisto em não querer mais nada para alem do sossego do meu quarto as escuras... e para que? para te ver com outras, a rir e a ser feliz a tua maneira fútil e egoísta...cansei-me de não ser mais importante para ti... e, aos poucos, começo a cansar-me de nada fazer sentido... hoje já não te critico, critico-me a mim... critico-me por ter acreditado nas falsas promessas, nas falsas declarações... hoje não vejo o sentido da nossa relação, hoje não sei o porque de te ter conhecido... foi tudo um erro, um engano... foi tudo um acumular de mal-entendidos... tu eras uma ilusão... eu era a iludida. tu eras tempo deitado fora, eu era a que desperdiçava tempo contigo...
hoje estamos assim: tu com a tua perfeição, eu com o meu orgulho ferido. tu com o teu ego elevado, eu com o coração partido...
já nada faz sentido, nem as sms trocadas, nem os telefonemas de uma hora, nem os beijos, nem as noites de sexo no teu carro... hoje tudo fica num passado distante, tudo é uma miragem num deserto de recordações...
sinto o cheiro da magos, refugio-me na multidão. procuro um sentido para a minha vida, não encontro a direcção...
hoje tudo perdeu o sentido... tu, eu, nos... tudo isso não passa de uma (des)ilusão.